Um médico testa a amostra de sangue de um paciente com AIDS em um centro de controle de doenças de nível municipal em Tongren, em 1º de dezembro de 2021. Foto: VCG

Um resultado de pesquisa divulgado por uma equipe liderada por Li Taisheng do Hospital do Peking Union Medical College (PUMCH) foi selecionado para uma apresentação de pôster e discutido em uma sessão especial da 31ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI 2024) realizada em Denver, EUA, de 3 a 6 de março, mostrando a solução chinesa de usar medicina tradicional chinesa (MTC) para tratar falha de reconstituição imunológica em pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), o Global Times soube da equipe na segunda-feira.

O HIV pode levar à síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), uma doença crônica e fatal com evolução natural de cerca de oito a 10 anos. Alguns estudiosos comparam o curso da AIDS a "um trem se aproximando de um penhasco", com o estágio final da AIDS ou morte sendo o "penhasco", a carga viral da AIDS representando a "velocidade do trem" e a contagem de células T CD4+ - ou células T auxiliares que ajudam a coordenar a resposta imune contra infecções e doenças - representando a "distância até o penhasco"."

Atualmente, a Terapia Antirretroviral Altamente Eficaz (HAART) pode ser usada para melhorar muito o prognóstico de pessoas infectadas pelo HIV. No entanto, 20 a 30 por cento dos pacientes com AIDS ainda não conseguem atingir recuperação suficiente das células T CD4+, apesar da supressão virológica de longo prazo, levando à falha na reconstituição imunológica ou não resposta imunológica, aumentando o risco de infecções, doenças malignas e eventos não definidores de AIDS.

Em uma entrevista exclusiva ao Global Times, Li, diretor do centro de tratamento de AIDS do Hospital do Peking Union Medical College, disse que o mecanismo da falha na reconstituição imunológica em pacientes com AIDS não é totalmente compreendido, mas pode estar relacionado a fatores como redução da produção de linfócitos, geração inadequada do timo e desequilíbrio de citocinas, ou possivelmente relacionado à ativação imunológica contínua que leva ao envelhecimento das células T CD4+.

Algumas estratégias de tratamento foram desenvolvidas, mas essas terapias não foram comprovadamente eficazes, e a falha na reconstituição imunológica ainda é considerada um problema fundamental que ameaça a vida e a saúde de muitos pacientes com AIDS, segundo Li.

Portanto, a equipe liderada por Li tentou usar um tipo de MTC chamado Tripterygium wilfordii Hook F (TwHF, ou Leigongteng em chinês) para tratar a AIDS. De acordo com Li, TwHF é um imunomodulador e tem sido usado no tratamento de doenças autoimunes.

Na CROI 2024, Liu Xiaosheng da equipe de Li relatou um resultado de pesquisa que envolveu o uso de macacos rhesus infectados com o vírus da imunodeficiência símia (SIV) para simular indivíduos infectados pelo HIV, para observar o mecanismo imunomodulador do LLDT-8, um novo composto modificado a partir do componente bioativo principal triptolida cujo nome completo é (5R)-5-hidroxitriptólida ou Leitengshu em chinês, em modelos animais e experimentos em células humanas.

Os resultados da pesquisa mostraram que o LLDT-8 aliviou significativamente a proporção de células T CD8+ ativadas em macacos rhesus infectados com SIV. Também conhecidas como "células T assassinas", as células T CD8+ são citotóxicas, o que significa que são capazes de matar diretamente células infectadas por vírus, bem como células cancerosas.

De acordo com Liu, a equipe de Li construiu uma cadeia de evidências relativamente completa, do pré-clínico ao clínico, in vitro ao animal, ao corpo humano, para o LLDT-8.

"Esperamos que estudos adicionais com amostras expandidas e pesquisas mecanicistas mais detalhadas forneçam melhores estratégias para falhas na reconstituição imunológica em indivíduos infectados pelo HIV", disse Li.

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